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Você Já ouviu falar em Reabilitação Uroginecológica?




 A Reabilitação Uroginecológica  é a área da Fisioterapia que trabalha com a prevenção e reabilitação de disfunções relacionadas ao assoalho pélvico(Períneo). Os músculos desta região têm a função de controlar a urina e as fezes, sustentar os órgãos pélvicos como a bexiga, útero, reto e favorecer uma atividade sexual prazerosa.  É importante lembrar, que a Fisioterapia Uroginecológica já foi reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia (COFFITO), desde 2009, atuando nas disfunções genitourinárias e reprodutivas. 

 A Reabilitação Uroginecológica é indicada para o tratamento de disfunções relacionadas a:

ginecologia: disfunções sexuais, prolapsos urogenitais, que é a saída dos órgãos genitais pelo canal vaginal, e a dor pélvica, por exemplo, por dismenorreia ou endometriose.

urologia: incontinência urinária feminina, masculina ou infantil.

proctologia: constipação e incontinência fecal e ou flatos.

 A INCONTINÊNCIA URINÁRIA (IU) é a queixa mais comum que levam os pacientes nos consultórios de um  Fisioterapeuta  Uroginecológico, sendo caracterizada como uma perda involuntária de urina. Pode ser classifica em IU por esforço, quando está associada ao aumento de pressão abdominal (tosse, espirro, atividade física); IU por urgência (associada a um forte desejo de urinar) e mista quando há a associação dos sintomas de esforço e de urgência. Acomete mais às mulheres devido a fatores de risco, como por exemplo, o hipoestrogenismo, gestações e multiparidade. Os homens também podem apresentar IU, principalmente após a cirurgia de prostatectomia radical ou parcial, além de crianças com enurese noturna (“xixi na cama”) e disfunção do trato urinário inferior.

 As mulheres também apresentam mais constipação, conhecida popularmente como “prisão de ventre” e podem ser beneficiadas quando a sua origem é de causa muscular ou tensões viscerais principalmente na parte abdomino-pélvica. A incontinência fecal é a perda involuntária de fezes ou flatos e a fisioterapia pode atuar melhorando o tônus e a força da musculatura perineal, aumentando, consequentemente, o fechamento do esfíncter anal e diminuindo as perdas indesejadas.

 As disfunções sexuais podem ocorrer em qualquer fase do ciclo de resposta sexual, mas três disfunções, em especial, podem ser muito beneficiadas com a Reabilitação Uroginecológica. A ANORGASMIA pode ocorrer por uma fraqueza ou flacidez dos músculos do períneo e o objetivo é melhorar a consciência e fortalecimento dessa região. Se a paciente apresenta dor durante a relação (DISPAREUNIA) que pode ser por uma tensão ou trigger points(nódulos) nos músculos vaginais, o objetivo será melhorar a flexibilidade e normalização do tônus. O VAGINISMO é uma disfunção na qual a paciente contrai involuntariamente os músculos impedindo a penetração do dedo, do pênis ou de algum objeto (ex. espéculo – aparelho usado na avaliação ginecológica). O trabalho de dessensibilização e consciência dessa região é imprescindível para o sucesso da terapia.


                  


                    -Tratamento.

 O princípio do tratamento é a normalização do tônus muscular, ganho de força adequada e restabelecimento da função do assoalho pélvico. São utilizados recursos como:

Cinesioterapia: exercício para ganho ou melhora da força e resistência. Podemos utilizar a terapia manual para potencializar esses ganhos, como também auxiliar no relaxamento dos músculos;

Eletroestimulação: estímulo elétrico para melhorar a consciência e tonificação do assoalho pélvico, diminuir a dor perineal ou inibir a atividade da musculatura da bexiga durante o seu enchimento;

Biofeedback: aparelho que mostra a atividade muscular. Podemos trabalhar para relaxamento ou ganho de força.

Radiofrequência: aparelho que através de calor profundo oriundo de ondas eletromagnéticas consegue relaxar o tônus dos músculos perineais e estimular a produção de colágeno no assoalho pélvico.

 O ideal é a  prevenção e o início do tratamento no surgimento dos sintomas. No Brasil estima-se que mais de 10 milhões apresentam estas condições, associada à depressão e baixa qualidade de vida, por limitar algumas atividades e causar constrangimento social. A avaliação de um fisioterapeuta especialista vai direcionar o tratamento de forma correta, a depender de cada paciente, fazendo diferença no sucesso clínico. 

Por: Dra. Márcia Quirino, Fisioterapeuta com Formação em Reabilitação Uroginecológica e atua na Clifisa.

www.clifisa.com